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Controle parental
Há alguns meses,
minha sobrinha de 12 anos estava em nossa casa, quieta navegando na Internet
no andar de cima. Minha esposa, de repente, teve aquela intuição feminina de
que minha sobrinha estava fazendo algo errado e me pediu para verificar.
Silenciosamente subi as escadas e reparei que a jovem realmente parecia
estranha e perturbada.
Em silêncio, tirei
o mouse da mão dela e verifiquei uma a uma as janelas do Internet Explorer.
Rapidamente entendi que a intuição da minha esposa estava correta, apareceu
na tela a foto chocante de uma felação... Minha sobrinha ficou, no mínimo,
terrivelmente constrangida e começou a explicar que não havia feito nada de
errado, a página da web suja havia surgido sozinha. Fiz o que pude para
ficar calmo e não exagerar na minha reação para evitar traumatizá-la ainda
mais. Disse a ela que tudo estava bem e que eu precisava apenas consertar
alguma coisa no computador para evitar que este tipo de coisa acontecesse
novamente. Rapidamente instalei um programa de controle parental no
computador e deixei que ela retomasse sua navegação.
Então, no dia
seguinte, percebi que o programa de controle parental não podia ser 100%
eficiente. Certamente, o software de controle parental deve ser instalado em
qualquer computador usado por uma criança, pois reduz em muito o risco de
exposição à pornô. Entretanto, alguns sites pornôs conseguem ainda passar
através do programa às vezes, especialmente se um adolescente, em sua
curiosidade legítima, deliberadamente começar a pesquisar palavras-chave
relacionadas a sexo. Assim, comprei um roteador Wi-Fi e minha sobrinha agora
pode acessar a Internet da sala de estar; é mais fácil para nós verificar
por detrás das costas dela o que ela está fazendo.
Percebi então
alguma coisa bem formidável: Quanto eu estava nos últimos anos da faculdade
no início da década de 1980, eu lembro que nós, os meninos, com frequência
falávamos sobre sexo, mas nunca na presença de uma menina. Sempre que uma
menina se aproximava enquanto estávamos contando piadas sujas, nós
imediatamente e com habilidade mudávamos o assunto da conversa para a teoria
de Einstein ou para algum assunto mundano.
Um quarto de século
mais tarde, as coisas definitivamente estão muito diferentes. Algumas vezes
escuto uma menina de 16 anos contando algumas piadas sujas, tão sujas que me
sinto embaraçado; piadas sujas mesmo mais sujas do que as piadas mais sujas
que nós os meninos contávamos nas décadas de 1970 e 1980. A razão desta
mudança é óbvia: a Internet...
Eu amo a Internet,
mas algumas vezes tenho saudades da época antes da Internet, quando as
coisas eram muito mais simples... Ou a realidade era tão mais simples? Cada
geração tem desafios a enfrentar e de tempos em tempos na história, as
crianças foram expostas a perigos potencialmente até mesmo piores e muito
mais traumatizantes do que a pornografia explícita.
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mais.
Pornô soft core e pornô hard core
Ao considerar o
efeito da pornô em adolescentes, é importante fazer a distinção entre pornô
soft core e pornô hard core. Por várias décadas antes do advento da
Internet, a pornografia soft core era disponibilizada em
muitos países na forma de revistas pornográficas e a maioria dos meninos
adolescentes de alguma forma conseguia colocar as mãos em uma revista pornô
para satisfazer sua legítima curiosidade natural sobre sexualidade. Na
verdade, lembro-me de folhear uma revista pornô quando estava na faculdade
e, devo dizer que achei... muito interessante. Pelo que consigo lembrar,
isso não teve qualquer tipo de efeito adverso no meu desenvolvimento
emocional e sexual (talvez porque aconteceu apenas uma vez e porque nunca
fiquei viciado nisso). Simplesmente satisfez minha curiosidade do mesmo modo
que uma aula de biologia sobre sexualidade. É muito improvável que ver
acidentalmente a foto de uma linda mulher nua traumatize um garoto
adolescente. Ao contrário, a rápida visão de uma foto pornô explícita de uma
relação sexual, de sexo oral, etc, tenderá a ter um efeito adverso sobre o
desenvolvimento emocional de um adolescente ou mesmo de um jovem adulto
vulnerável.
Agora, vamos ser
claros, não estou tentando promover a pornô soft core. A pornô, seja leve ou
explícita, permanece sendo uma forma de prostituição e mesmo a pornô soft
core pode humilhar terrivelmente o modelo que está expondo sua intimidade. O
vício em pornô soft core provavelmente também não é benigno também. Minha
opinião é que a pornô hard core à qual nossas crianças estão expostas hoje
em dia é completamente diferente em sua natureza da pornô soft core à qual
os pais, avós e até bisavós estavam expostos há algumas décadas. É
importante compreender a diferença para avaliar de forma adequada a
magnitude da ameaça que nossas crianças estão enfrentando atualmente e para
tomar as ações adequadas para protegê-las.
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